Wednesday, May 30, 2007

repetindo um van gogh

prisioneiros do mar
enxarcados de alma

visionários do tempo
vazios de pensamento

barcos soltos
na brusca tempestade

naveguemos pelas ondas
inconclusas da vida

senhores gentis
de nomes arrogantes
de rostos rígidos
heróis do véu de silêncio

as ondas debatem no casco
alertando irreverência
únicas amigas
desta túnica de silêncio

homens senis
encobertos pelo vulto
da noite
hoje haverá tempestade
e quem voltará para seu lar
são?

um caminho de fé

as santas beatas
iam
rezando preces
decoradas
com sua fé engessada

os casais tão pudicos
caminhavam com um peso
maior para sustentar a
falsidade de suas santas casas

os homens de terno
tão corretos e corruptos
tão genuinamente
orgulhosos
a pagar o dízimo mínimo

todas estas pessoas
devotas a fé
querendo guardar um cantinho do céu

elas temem. elas remam
para longe da boca do inferno
mas o inferno elas criam
na alma do pensamento
no fim de seus atos
sem rastros de qualquer remorso

as mãos que choram

ouve-se o galo cantar
mãos que ao cedo
raiar
dedicam ao árduo viver
na roça
no arado
nas farpas da cerca
o dia continua com
trabalho suado

mãos famintas
suadas
e caladas
mãos enrugadas do tempo
marcadas da violência
ficam pelo dia afora
a trabalhar
sem perguntar
sem orgulho, nem rancor
apenas seguindo a marcha
rotineira

ao fim do dia regressam
estas mãos engessadas
trazendo resultados
sempre iguais
mas
suficientes as outras mãozinhas
do lar

e
é então no silêncio que estas
mãos quase choram
pelo simples perguntar
sobre o repúdio de amar

sob o véu da noite

aqui ou em qualquer lugar
na terra
dos homens
no âmago do tempo

vive os miseráveis
os andarilhos sem nomes
sme causas

coletores e vagabundos
anjos e pecadores
nas ruas
nas lajes
ofuscando-se das luzes

estes espelhos
refletem apenas migalhas
talvez irmãos esquecidos
que guardam
sonhos em caixas de papelão

o que nos separa
a fome,
os desejos,
os cifrões

é
a clausura,
prisões de vento
mas soltos pela loucura
somos enredo de uma história
chamada mundo

mecânicas peculiares

aquelas mãos quer criam
belezas e formosas
peças da eternidade

aquelas mãos singulares
de sutilezas

mataram também
rasgaram em sangue
o papel de seda

mutilaram as vozes
piedodas
mãos de criação
são mãos de destruição

tão claro
que mesmo o bufão saberia

mãos que alimentam
e enforcam
mãso simplesmente humanas
enlouquecidas nas raízes
da máquina

pétalas suícidas

as flores tão negras
de segundos joviais
se despem

medidas de amor
tão irrefutável
flores de mágoas
em revoluções
erupções

flores de adorno
na imensa
solidão de amar
vozes que surfam
na beira do colapso

flores do ópio
flores de um mundo perdido
flores de nomes distintos
frutos de amor
e devoção

flores que entregamos
aos laços profundos
ou simplórios
flores que escurecem e murcham
em leves brumas do tempo

digam adeus
digam até logo ao
último estopim do sol

cold silence

silent voices
screaming in empty world
poor eyes looking
inside the opium
of mind

rage in the hands
exploring throw the others
no explanation
no reason
only the feelings
calling

cold touch
frozen the heart
dear words i lose
by now

where is my portrait
of time
?

just a empire of evil
devouring the pieces
of the truth
voices in silence
hanging itself
only voices, only silence
just hands killing at now

Monday, May 28, 2007

paridades

não serrão completados
umdia fatídico
um movimento
em falso

um erro de circunstâncias
um destino de traços
laços poucos conjugais
num encontro
numa noite
num infortúnio
uma escolha

o fruto arrependido
um geração sem consciência
de parir uma geração morta
o dia não será de amanhã
um remorso
numa fatal escolha

quem tem culpa
se o abandono é geral

luzes amarelas
de uma lâmpada enferrujada
uma morte em minutos
um segundo estupro
meninas, milhares delas
perdidas nos becos
da inocência

uma escolha, uma vida
uma morte, duas vidas
jogadas ao relento
de uma noite

qual escolha
em qual circunstância

além do nada

tem um buraco no mundo
tem um vazio
no lugar
tem uma sensação
chamado nada

eu cruzo por você
todos sem cruzam
sem ver

olhos que apenas enxergam
olhos que leêm placas
mas adiante apenas
vidros transparentes

está vazio
e calado
está mudo e inerte
o mundo sem virtudes

um lugar para chamar de lar
um estar
para pertencer
mas escuto apenas o chamado
para partir
e afundar no nada

Sunday, May 27, 2007

substrato

o coração realmente sangra
quando perfurado
em flecha aguda

um olhar tão superflu define
aquele homem
parado
será um homem?
será apenas um poste?
um cão sem dono?

se lágrimas definissem
vontades
se o mundo definissem
os homens
ainda confundo
os seres
você, ele ou ela
são tão iguais
poe estas leis artificiais
nossos corações
pluralizados
sabem definir o amor

mas a pureza
jamais se revela
em olhares calados
deliciando com a natural
fragilidade

vozes distantes

janelas vazias despedem-se
dos mares no horizonte
laços desfazem
aos navegadores
do amanhã

em pequenos vazos de
esperança
choram os arrependidos
diante ao por-do-sol,
infinito, pintado em tons de azul

ondulações e calmarias
no lento deixar
vai-se em fuga
vai-se para longe
de um lugar chamado lar

despem-se os visionários
no refúgio ideológico
afastam-se as sombras
coloridas da realidade escurecida

deixam-se de lado
questões reais
em despedida
seguram-se em memórias
e bandeiras manchadas
e fica a esperança de voltar
para um mundo
que poderia ser nosso

mulheres de maio

elas não calam
não calam tão facilmente
quase gritos explodindo
entre cantos

ela oram
mulheres variadas
de idade
de cultura
de corpo

rogam valores e vontades
em busca de liberdade
e liberalismo
para achar faces
iguais

para entender os lados
opostos
os traços renegados

suas vozes expressam dor
e repugnância
indignação
e relutância
elas não calam por seus
filhos
heróis

essas mulheres não
gastam lágrimas insonsas
elas amam
seus filhos
heróis
esquecidos
elas gritam! gritam!
mas ainda suas vozes se calam
no meio da multidão

mais um pouco disso

nascer para o caos
morrer em frente à estrada
chorar por melancolia
atônito mundo
doente
homens famintos
em busca de carne

dois passos
três passos
próximos de morrer
a varanda vazia
o berço vago
a casa desolada
famílias olham
em frente ao vazio eletrônico

sílabas solitárias
sincronizam o fim

às portas do paraíso

remorso eu sinto
no pecado exemplar
eu vejo a sombra dos dias
sonhos apagados

não encontro palavras para
arrepender
em tais erros de vida
nos futéis pensamentos
nos dias ensandecidos

não mereço entrar
não culpo as suas razões
não nego minhas falhas

mas não vejo alegria dentro
por detrás destes portões
ouço rangidos e grilhões
vejo loucos amordaçados

se sobrassem lágrimas
sobrias
se houvesse som puro
eu beijaria as frontes
destes homens
mas eu temo
eu fujo

no isolamento real
de montanhas mágicas
eu escondo-me em palavras
gastas e repetidas

estou ante a verdade
mas esta se inibe aos meus olhos
vejo muito da dor
que faz temer entrar

pergunto onde estou.
pergunto se ainda há solução
ou cego-me em ilusões?

Friday, May 25, 2007

parasitas

nosso sangue
nosso óleo
cada gota de lágrima
nossa água

querem sugar
nossa alma
parasitar
como cigarras

somos sempre hospdeiros
sendo consumidos

nossas costas cansadas
nosso caminho esgotado

conservantes

quero parar
parado
estático
como estatisticas
falácias e falhas

quero lembrar das falhas
quero parar
e ficar
me conservar na inércia
do tempo

quero ficar marcado
na lentidão
quero envelhecer poucos segundos
em vida

não quero apodrecer
nem extinguir
quero ficar aqui
escutando
o som contínuo
o riso extenso
a vida limitante

parar. parado
soldado
irmão
vou observar o tempo
vou trasncrever
o tudo
quero ficar conservado
nesta lata de oxigênio

Thursday, May 24, 2007

poeta

havia um seco rio
parado no tempo
havia um homem lá
de nome qualquer

empunhava com toda
a ignorância
uma vara
e no seco rio
nada saía
nada vivia
nesta solidez
nesta seca
triunfal

em todos os dias
repetitivos
sua fome irascível
uma fome além do estômago

ele fisgou uma letra
uma forma
"A"
um começo mal sabia
o homem de nome
qualquer
de jeito igual a muitos

sim ele devorou
a letra para matar
sua fome
ele arrancou cada suspiro no subito momento
devorou a ponta
do começo do alfabeto

e assim nasceu
algo além
veio um princípio
chamado amor
e em seguida um vício
com ardor

de lá veio também armadilha
antagônicos,
arquitetar e astrologia
se apaixonou por atavismos
e uma semana
havia decorado alvancas e atrozes
alaúdes, antigamente e além

foi-se assim a inocência
corrompeu em formas e orações
surgiu belas frases,
vorazes rimas
e num alfabeto distinto
um fascinío

de um rio seco, um homem
culto
de uma letra,
uma alma
de uma frase, um livro

hey, hey. I´m young

hey You lie to me
in this moment
of love

hey you find me
junking me
here

alone and free
i´m fool of my faults
i´m a hope man
waiting lone rivers of emotions

i´m art. i´m pure in you
lete me floating in sky
in blue river of youe eyes

hey girl little pill of destiny
share me one night
of twiligth freedom
come here and twist some wine

listen my prays. listen my steps
reaching you
i´m son of god
i´m phisical imortal
hey mind lete me alone
in my empty room
where no one knock around

politikagens e trakinagens

to com dinheiro no bolso
vou comprar roupa da moda
to com dinhiero no banco
vou gastar com beijos
vazios

to entupindo a alma
de dinheiro
suado
tô levando grana para casa
sem vergonha de ser suborno

quero é grana para cantar pneu
quero grana para viajar para milão
to com grana para gastar

é grana de bingo, licitação
e injuria
eu vou gastar e não estou nem ai

to cheio de grana até na alma
vou comprar sete vagas no céu
uma para cada vida gatuna
vou levar deus a minha casa
pois ela é maior que o paraíso

to cheio da grana
para comprar carros ligeiros
vou levar minha vida
para além da loucura

to com grana no bolso
e em todo lugar
vou suborna um pouco
de deus

sou rico de grana
e para o empire state eu vou
não ligo para nenhuma lei
deste país
aqui nesta vida de malandragem
vou enganar até o diabo

ruas daqui

o som perfura os tímpanos
disparos
três passos
debaixo de panos suados
ouço o clamor silencioso
- misericórdia..misericórdia

largo da concórdia
pólvora

lá existe vida sim
enquanto passos soturnos denunciam
vozes internas
gritos graves de estupro
melodias ignorantes

ruas úmidas do cheiro
de bueiro
bocas sujas até o estopim da alma

ouço o som perfurar a noite
como véu partido
vejo pessoas dispostas
a viver
na beira do eco da morte

na esquina
na noite iluminada
diz letreiro
"tem vagas"
vaga-lumes enlouquecidos
buscam rimar seus corpos
no calor carnal

Sunday, May 20, 2007

abstrato

dentro do homem
infectado
são
vias indecifráveis

coros e vozes
dias maleáveis
fatores distoantes
soam
consoantes

soma formais
cálculos
decalques
figuras anamórficas

olhos e bocas
pele

frutos proibidos
fatos
e falsos

Saturday, May 19, 2007

mudanças

mais um espaço



os dias calados
as ruas enxarcadas de lágrimas
......
....
..
.
..
.

......
...

pensamentos esmos
assim o reflexo matinal da manhã
é
assim como gostaria que fosse
o ontem

meninos modernos

defecar o amor
nas paredes pixadas
intrasigente
revolucionário
criando frases rimadas
com fora e rumo

é assim
o rebelde sentimento
disfarçado de indiferença
órfão de nascimento
e adotado por alguém

o céu ainda cinzento
mostra-se contraste
do vermelho que criou-se
nem muros pixados
serão suficientes
para deletar
tudo que guardo

carente
menino rebelde
que acha crescido em arrogância
e futil ignorância

pensamentos

.
..
....
......
.
..
.....
...
.......
...
...
..
acabou o dia

perdas

quando o menino cresceu
uma lembrança
guardou

foi-se o tempo
que marcou
e aprendeu

perder o que se perdeu
e na consciência de seus atos
fez-se crescer
num fruto da vida
morrer é uma oportunidade
de crescer

lembrar pode doer
e assim se faz consequências
do cantar
que nunca mais ouviu
e para resto da vida
irá buscar

frestas do sol

pudesse lembrar
do sol aquecer a pele
pelas frestas da parede
recostar ombros
no calor
que fez num tempo

num remar de idéias
um esgotar
de frutos
eu vivi nesta prisão
de imagens

refém de meu ódio
preferi vingar de meus
medos
e no profundo alimento
da ira
matei a mim mesmo
em poucos segundos
destas horas
onde o sol era bem-vindo

nozes

estão nús
crus
alimentam todas elas
represálias e manifestações
oportunistas
que desviam olhares
que educam palavras
e pensamentos

estão expostos
corpos frios
e quentes
pinturas políticas
fatias humanas
de uma guerra nada sensível
mercadologias
imperiais

estão nús
crus
alimentando
proliferações e indignações
estão nús
nós
nos nós

minhas cores do mundo

hoje pintei o céu de
carmim
decidi num instante
que pássaros
seriam amarelos
como a cor da minha pele
das gramas azuis
surgiam lebres saltitantes
de cor alguma

pontes roxas
e águas beges
se formaram
assim manchei de verde todos os pensamentos


todos frutos de minha imaginação
faltavam as pessoas
faltavam as cidades
todas eram de cores invisíveis
e manchas de cinza
todas ficaram apagdas
num esconderijo de minha imaginação

cena dos corpos

plenamente anunciarei
o drama de uma leve cena

assim com impertinência
dois corpos
tão humanos e reflexos
da própria imperfeição
num vazio diálogo
sem voz
reclamam
com o vácuo
seus sentimentos
tão oprimidos

havia dentro
um banco antes azul
de frente as lapidações da natureza
pulverizando de beleza a realidade
haviam gaivotas
e pessoas, figurantes enchendo a cena

mas entre os protagonistas
não haviam olhares satisfeitos
m,as continuavam aprisionadas
numa atração
tímida de seus corpos
num breve instante
mãos se encontraram

assim, à frente
o mar revolto se debate em violência
afugentando as gaivotas

estranho outono

procuramos olhar para o céu
vestígios
buscamos anseios
de esperança

a cada passo
um vazio voraz consome cada
sentimento
e com letal dor
ainda esperamos

as ruas parecem rier
e todos desconfiam
da loucura mundana

olhos se escondem
perante ao tumulto
e todos os vestígios apenas
soam como piadas
sem graça

ainda esperamos
pela chegada
pela simples aparição
mas de nada adianta

ainda esperamos
olhando para o céu
um sinal
que brilhe mais do que o sol
que cegue
mais que a ignorância

dancers in the cold sea

movement in the stars
lonely in the sky
where we just now
how much we love

time it´s not enough
to repair all the figths
time is going end
like all the kiss we lose

moments to keep
the ball´s going on
when the reasons are not
clear
rare we spoke
about the situation
cannot sustent

murders in the silence
noising the tears
between us
inside the words
we left here are
dead around
like flowers
without water

only we have now
the cold breeze
calling for the last dance
tonight and over all the night
only thougths and sweet dreams
to continue the dance of souls

hearts were stopped
when the beats slowing
more and more
a last laugh
a huge smile
and a finish story

Tuesday, May 15, 2007

cancioneiro

amigo cancioneiro
onde me levarás
quando a prestes de morrer
eu estiver

amigo podes em ouvir
quando eu não puder
suportar
o silêncio de minha derrota

onde deixarás
suas palavras afáveis
cante um música suave

cortejo aos porcos

amontoados
em meio ao puro esterco
regojizavam primazia
sem valor

engordando
esperando o abate inevitável
consumindo
e devorando uns aos outros

fedendo o cheiro
de sua própria ignorância
vivos em futil chiqueiro
esperando a próxima lavagem
esperando a morte
no próximo abate

amontoando como porcos

definhando

aqui não chove
nesta seca
bocas tornam-se áridas
e os prantos meras decorações

o chão é areia doída
que fera mais do que pés
interfere na alma
nos corpos
nas pessoas
sim, nós

aqui temos sede
e alimentamos raízes ignorantes
se morremos tão cedo
agradecemos
se vivemos pedimos perdão

quanto vale um sorriso?

não está nesta sala
nem na próxima
nem na outra
nem aqui

percorro corredores
isolados de inocência
vozes se expurgam num infinito
mórbido
vultos que se cruzam
em melancolia

ainda procuro
ver estampado
a beleza que teus rostos
podem significar
ainda atento a ouvir
o som suave de uma gargalhada
ou um pequeno riso
estampar

buscando nas paredes vazias
no branco do tempo
no olhos cegos
nos corpos singelos
nos dedos trêmulos
no medo que congela
eu procuro
as chaves do paraíso

ria! ria! anste que eu me perca
neste labirinto estéril
neste corredor de mortes
sorria para estampar
um único dia de beleza

goodbye

completely yours
my tiny heart belongs
for every moment
we share

how many seconds we breath
together
we lose our truth
we want to preserve

lonely i walk
beside the light of moon
blinding all the memories
we carry

full of madness of dispair
i hold all the single
words surviving in my mouth

now it´s time to finish
it´s over
there is a way

Monday, May 14, 2007

only another me

another piece of me
in these restless place
forgotten flowers
lying on the ground
broken in time
myself is floating
in space

another face of me
in front the mirror
no mask
no face
in task

only doubts of me
bite any part of
my faith
no voice will wake me up

other face of me
speaking with my
inside mind
showing this

another way to follow
and only a mask
asking about me
only me dressing my way
of lies

i feed it
i need this
to be me
i´m fake with this
shit
i´m dirty tears
of this paint of my mask
i´m only a doubt of me

deixe

por obséquio deixe escrito
os passos imperfeitos
os rumos não aceitos

por um acaso
me explique estes sentimentos
inundam, transbordam
e aqui gritam, esperneiam

deixe um resto
de mim

subtração

subtraio você de mim
cada parte sua
para o fim
o ponto final
o esquecimento

levo-te aos espaços
incontidos
sumo contigo
para tão longe de mim

apago seus vestígios
eu tiro
eu apago você para o sempre
onde o eu não possa
mais tocar estas memórias
menos você
menos você
para longe de mim

olhos de madeira

esvaziei minha alma com
as lágrimas de um pecado
onde minha fé se esgotou
restou
meus passos em ré
doce aúgurio de tempo lisongeiro
doce retrato
etéreo

vou ao corredor
dos enforcados achar a prece
verdadeira

ainda sinto a presença
destes olhos de madeira
que perfuram mais que alma
e exalam aromas
esquecidos

vistosos olhos que me veêm
e dizem palavras afáveis
saudosos são seus olhos
que cegam-me no amor

rogo o perdão inconsciente
da própria doença
das falhas
e meus erros
olhos de madeira que ainda me culpam
pelo sacrifício eterno

Wednesday, May 09, 2007

places

simple words
noising around the time
hurting all the fellings we
keep

kids killing, fathers hunting
mothers smoking
all people doing
all things changing the time
we hold on
now we hold on

mistakes in this world
we crossing the river
of suicides
just churches to pray
but I don´t believe
in anything
no sorrow
no guilty
no fear
only changes

this is the place
we have to live
this is the place
we have

livre pensar

carregue-me amigo pássaro
longe em seu ninho de
desejos

livre-me de pesadelos

mas no encalço da paz
nos braços do vento vejo a
guerra voraz
assim lágrimas despencar no ar

fugir para longe deste
desespero
mas é fugir para longe de mim
é pensar
que a paz é ral

coletores de estampas

ele vive para
deixar você feliz
ele apaga sua presença
para um dia você sorrir

a cada pedido
um desdobramento
cárcere do sim
ele que pensou antes em ti
e que jamais olhou para si
ele julgou colecionar
este amor

seus sonhos
ele aceitou cumprir
desejos que ele nunca ousou
negar
enlouqueceu em silêncio
para refletir
uma limpidez
e em íntimo segredo
ele chorou cada revés

quando esqueceu
de fechar a porta
quando sonhou
acordar
você não estava mais ao redor
você simplesmente deixou
um carta sem palavras
para a coleção
que ele jamais irá completar

um homem, dois bancos

um alguém sentado
no banco
um revés
de mil pesares
num banco expresso
do tempo

um remetente à espera
de algo ou alguém
uma estátua contínua
numa praça
de ecos

um homem fingindo
ser cenário de pombos
ele esquecido pela
própria passagem do mundo

um banco apoiando um
homem
e este sentado
apoiando a vida
que um dia foi sua

a janela dos suícidas

apressam-se na última
valsa
todos percebem em sua frente
a morte estalada
em palavras, em sons,
em visões

corredores esticam-se
pela residência
e cada noite
risos de loucura
ensurdecem
até o amanhecer

cada um carrega um vesúvio
em ebulição

marés em recuo

não se pode amar
em espelhos semelhantes
se vejo reflexos de mim
sinto a ironia humana
uma marca de um pecado
um legado a seguir

meus ouvidos destinados
ao ritmo totalitário
a morte é uma condenação
de jogos poéticos
ao nascer em plena vontade de pensar
já cultivamos a tal alma

temer ao mundo futuro
cego numa ignorância decadente
remar para trás da maré
dos hipócritas

vaidosas

imaculada virgem
cheirosa mulher
do corredor da noite
dançarina de véus

mulher de muitos senhores
vaidosa da pele à alma
olhos vigorosos,
busto tão fértil,
corpo sinuoso

és sim
serpente cruel
seduza as sementes
da macieira
vilã de meus sonhos ardentes
mulher de ruas sem nome
de rosto pintado
e corpo nú

beije-me na solidão
desta noite
acompanhe um desejo
de um solitário

clandestinos

amontoam-se em rezas
invadindo
as terras prometidas

remam com os braços
cansados
em maré violenta

vizam sonhos
e deleitam em canções
perdidas

são fiéis, são dezenas
que escondem seus rostos
quem são?

navegam em rumo
heróico
aliementam-se de segundos
futuros

compartilham orações
caladas, escondidas
em corações sorridentes

restam-lhes esperanças
escondem-se em máscaras
rumo ao mundo novo
dizem amar a terra nova
e deixam atrás
filhos carentes

um lugar para pensar

uma fantasia de mim,
um sonho caótico
de tudo

um riso sem alma,
uma caixa sem chaves

misturo um pouco
de sanidade ao ópio
da loucura
busco um beijo
incógnito
em paixões encarceradas

está aqui uma vida sem
graça que ri de desgraças
sem enxergar nada além
de praças esterilizadas

é aqui que se encerram
pessoas humildes
oprimidos em divisões
seculares
separam homens bons
dos maus

Sunday, May 06, 2007

olhos de voyeur

por detrás da fechadura
um olhar se saciava
inocente e ignorante
por descobrir os sabores
coloridos de um mundo
vivo

que por detrás havia uma dançarina
caleidoscópica
deste mundo livre.
aprisionada
num quarto diminuto

eram circos
ou discos voadores
eram heróis mundanos
eram figuras de linguagem
um lugar onde se sonhava
por detrás da fechadura
onde eu quero estar
um olhar do mundo novo
uma realidade sem rabiscos
ilusórios

hoje eu apenas lembro
destes milhares de pensamentos
que se escondiam atrás daquele
buraquinho
ainda lembro com rara dificuldade
quando ainda só víamos
por detrás das fechaduras

subindo aos céus

vou invadir o teu morro
roubar sem socorro
estar à paisana do tempo
e assim vou carregando cruzes
sem fé

dialetos urbanos
multiplicam verdades
na loucura do caos humano

hoje vou subir
na favela
e deflagrar em esquinas
o meu ódio doloso
vou culpar quem passar
e matar sem ao menos olhar

será chacina
ou pura folia
e num instante serei
figura manchada na rua
e pixada em tablóide

aqui e distante

beije o vento
e sinta os sabores que
ele tem

voe para longe
passarinho
voe para sempre

faça do céu o seu lar
onde ainda pode povoar
simples sonhos do amanhã

brinque com as luzes
do arco-íris
enquanto o dia não
se envaidecer
de amar a noite

viaje para os braços
da eternidade

Saturday, May 05, 2007

movement around

see the end of tomorrow
perhaps we share
the sweet tears in
the rain

lights in the street
surviving alone
and the nexte moment
just pass
quietly

reject the time
of regret
inspire the life
with simple reasons
collect some postcards os past
to built our path

no beautiffull sky
no laughs hidden
walk by the right sde
in these good fellings
in the bottle

disapear

You touch me inside
you find some secrets
i´ve never thougth
it resist

you see behind my glass
wall
you scream to wake up my
feelings
and now you´re gone
to somewhere nice

tell me reasons to call you
this night

Friday, May 04, 2007

as estações - I

como brisa leve,
ventania
traz devagar, um calafrio.
os fantasmas tornam-se visíveis,
frios como lápides

ainda resistem
àqueles que desejam
aquecer a fornalha
que lampeja uma alma

ainda persistem os
inocentes
beijos e abraços
para escutar o som da cura

mas os doentes
nos cortejam
e esperam ofegar seus males
até o inverno infiltrar
em todo lugar

a estação

a inércia de nossos corpos
faz da neve
uma lâmina sutil a perfurar
os olhos da alma

respire sobre mim
antes das gotas de orvalho
acabarem
sonoramente,
proclame, as palavras
que jamais esquecerei

aquela foto,
aquele dia
serão singelas recordações
de um momento singular.

mas em pluralidade
dúbia
eu vi todos so trens passarem
e só, fiquei na estação
dos condenados

casa em chamas

sólidos corações
pelejam por amar
jovens ruídos almejam
por gritar

e as horas são rodas infinitas
de vagos pensar
questionamentos tão futéis
vestidos de real nobreza
dançam na beira da loucura do luar

aqui as fotografias tornam-se figuras
da plenitude de nossos rostos.
muito passos para envelhecer
e aqui queimo todos os vestígios da velha casa
acendo uma vela para cada briga

uma cicatriz se abre na alma
de todos os humanos errantes
que arduamente aprendem em errar
resta-nos caminhar
para a próxima centelha da chama

breves instantes

negar nossos muros pintados
do ódio, de dor.
são vozes que desperdiçamos
em gritos e prantos
para achar poucas palavras calorosas

calos rodeiam nossos sentimentos
perdidos entre eros e afrodite.
os leitos que se apagam
por memórias irrevogáveis
tornam-se vazios

estou aqui sem saber se
vivo.
mas ainda restam muitos papéis para queimar,
muitas palavras para diluir
os vultos assombram
meu caminhar,
eu assombro o seu passear

deixe um pequeno fruto,
um sorriso mesmo gasto
mesmo falso
para saber que
foram reais as devoções
de nosso breve estar

Thursday, May 03, 2007

chapeizinhos e vermelhos

teus desejos dizem
sim
enquanto teus olhos dizem
não

Você não escuta
seu coração
fingindo cada orgasmo
findingo ser gente grande

vá menina
sem nina
vá procurar canção para ninnar
sua índole

sei de suas lágrimas
prostituídas
sei de seus peitos
pequeninos
que choram por ti

sei como quero
e o que farei com
sua ingenuidade infatil

devorar cada segundo de ti
vá menina
mostre teu lado mulher
venha pra minha cama ninar
deixe-me mostrar
os dentes cerrados
meus olhos cruéis
e meu toque pecador

serei ao mesmo tempo
seu lenhador
e o mau lobo
das histórias infantis
venha se deitar
e se perder
nesta fábula real

badaladas

ele muda mero camaleão
ele transforma em mero
escorpião

as doze badaladas
apontam morte no curral

as doze badaladas
marcam fatríocidio non funeral

onde eu queria

Queria saber o nome
da pessoa ao lado
que houve meu coração bater
que ainda houve o trem passar
e sorri sem qualquer preconceito

queria poder dizer
um sincero ola
a pessoa que me acompanha todas as manhã
e parece ser feliz

queria apenas saber seu nome
e ler seus pensamentos

Tuesday, May 01, 2007

entreatos

Entre as putas
eu quero um filho
Entre as ruas
quero um carro
Entre as margens
um mero rio
Entre deuses
um tanto de fé

e entre mim
eu me enterro

falsos palhaços

havia mais do que um palhaço
havia um coração
disfarçado de risos
havia lágrimas
preenchendo
cada metáfora vazia da vida

a platéia gargalha
sem ver as mentiras
que ele esconde
que o tornam humano
por detrás de sua máscara
reside uma azia
um azedo de desgraça

que nenhuma torta
ou bexiga poderá preencher
e vou dizer para vocês saberem
que ele faz rir quando devia
fazer chorar

loucuras no café-da-manhã

derrame o sangue no éden
pois logo o tempo será
um perjúrio de caos

e a cobra ropiará
sobre si no
inverso crescente de ser
e não haverá luz minguante a nos açoitar

lavará deste caos
ao rumo poente
esnobe cavaleiro que
clama solidão
morrerás sem saber o nome
de eurídice

é chegada a hora do tempo
fantasiar a inexistência completa
de uma calmaria sensível

alma seca

a boca seca
segue o ritmo do tempo
árido e sem sabor
minto! há sabor
um gosto metálico, azedo e amargo
invade cada glândula

o tempo refletido
no beijo
da moça da esquina
a reviravolta
de tudo segue com um cigarro
sem vida
com um tapa na alma
com outro beijo
sem graça

a boca ainda seca
a memória sem cultivo
revela um segmento
óbvio
não é a cidade, nem as pessoas
sou eu

conspiraçãoes

conspira me amar
neste véu de cinzas
aqueles vozes se calam
para a passagem dos tanques

não posso aceitar
não há redenção sem sofrimento
não posso dizer sobre amar
e todo este ódio cravado ao redor

crianças e velhos
enfreados em
medos e aflições
e você ainda cosnpira me amar!

eu grito. eu vejo
toda a esperança adoecer
e você conspira me amar
neste cemitério de inocentes

com um beijo quer me despertar
de um terível pesadelo
mas não posso desprender
de todas as convicções

os rios adoecem
e a vergonha nos espelha
face a face
e ainda conspira por me amar

não! não! permita-me
perder onde não existe mais qualquer razão

caminhos estranhos

um estranho
um olhar sem causa
um nome perdido
estamos enjaulados

um olhar de um estranho
uma voz sem consolo
numa rua vazia
estamos escondendo

dois caminhos a seguir
sem respotas imediatas

busca incessante

eu tenho buscado a integridade
em
visões contundentes
que atravessam
este limiar

tenho ouvido sons
que estremecem tudo ao redor
talvez apenas a chuva
talvez..

no fundo ainda sei
que através dos campos
verei o terror
alimentar de egoísmo
e crenças se degladiaram
e todas as vozes não seram suficientes
para calar o estampido da tempestade

tenho buscado a integridade
de um olhar ingênuo
tenho acreditado ser
mas apenas tenho comigo
a dor do oceano

prefiro morrer quieto
neste leito
cegar-me de ilusões
prefiro não escutar
os últimos gritos
de piedade

eu tenho buscado inocência
de pecados cruéis
de tragédias profundas
tenho buscado um pouco de paz
nas guerras que guardo em meu coração