eu vi a face oculta
do lobo
através do espelho de mil imagens
eu vi a face descrita do mal
era vespertino e
pudera atravessar novamente
este bosque
em minha
solitudeem meu consolo eterno
eu vi a face
descrita do lobo
que devora a carne
que
fareja vingança e que me chama de homem
eu vi o mundo
despido secar
em
vesúvios e terremotos
eu vi a lágrima sibilante
pudera voltar aos bosques
onde cada passo era um chamado
ao eterno e puro
onde ainda havia algo de paz
no silêncio, um ópio, um fim
eu vi a face manchada
do lobo
clamando ódio e ganância
eu vi os dentes do lobo
afiando e desafiando
a pureza insípida
eu andava nos bosques
eu era alguém real
mas o tempo virou um segundo
passado
o bosque um verde pasteurizado
eu vi a face marcado no espelho
eu vi a sombra inflamada
eu me vi no reflexo
lúgubre do espelho
eu vi a face de um homem
dissecado e sem vida
eu era o lobo faminto
de sonhos
eu era o fim de um começo sem fim