Monday, February 19, 2007

próximo passo

sentado diante do mundo
este é meu reino
a singela ilusão do tempo

daqui jamais serei
velho
no lugar onde o nada
é sempre um companheiro
de reflexão

eu fujo do hoje
para esconder o que
transpareço ao redor
cercar me sempre dos sonhos

assim o cavaleiro errante
parte para enclausurar
seus pensamentos
assim eu também parto ao próximo passo
da humanidade

Monday, February 12, 2007

inevitável

tem horas que
o mundo é consistente
como os lábios
da menina da esquina

quero dizer que a quero
mas minha religião não permite
mas meu corpo
condizente
queima com fervor
ele quer e eu não posso negar

vou arriscar passar
pelas ruas vazias
de gente
para achar um lugar para queimar
minhas narinas deste ódio humano

quero regar meu jardim
com palavras que matam
para mostrar que ainda sou macho
mas minha conduta nunca deixa
eu sair da linha
mas de tudo que carrego
um crucífixo
sem uma cruz

não vou abrir a porta
desten quarto
não vou entregar ao vício
de ser eu
pela minha amada religião
eu sou fiel
não quero ir pro inferno

mas quem ouvira
se ela gritar
se for estupro ou assassinato
o que me importa é se me arrependo

mas eu sou mal tanto
quanto as hóstias que cuspi
no cafundós daquela paróquia
quem me salvará?
quem flertará com os meu olhos
se eu disser que eu sou um assassino
de mim mesmo?

será o fim do mundo
ou o início do meu gênese?

alfabetos

quero rezar algumas preces
aos meninos que hoje
não irão crescer
que hoje para eles não haverá amanhã

quero deixar algumas sílabas
gastas de uma prece fajuta
para os meninos deste hoje
que não sabem sonhar com o amanhã

quero salvar um sorriso
que jamais será estampado
no seu rosto

mas no entanto eu não faço
nada. Nada!
porque não posso pensar,
não posso dizer,
não posso ousar,
eu não posso ser

como posso querer
se nem ao menos eu sei ler
meu nome

Friday, February 02, 2007

máquina mundo - I

as engrenagens movem
embora tudo pareça parado
nomes e dias
palavras e cisrcunstâncias

tudo se move
em repentinos movimentos
as engrenagens não param
tudo locomove
nesta repentina comoção

o homem busca
o cálice de respostas
nas engrenagens sem sentido
nos cálculos da abstração
para enfim encontrar os passos
deixados

rastros da maldade
do infinito perguntar
das respostas amargas
que sempre voltam
é o mundo completo
se esgueirando para se perder

ele disse que disse

ele disse que disse
que amava alguém
talvez você
ou eu
ele disse que disse
que seria famoso
talvez hoje ou
amanhã
ele sempre diz
coisas bonitas
ele sempre
fez coisas assim

pois ele ainda diz
e ainda se faz de tolo