Monday, December 14, 2009

não há coragem real
que não vemos hoje em dia
é tão púrpuro
e agressivo
um crepúsculo de violência
tange a noite
imprime clareza ao nosso futuro

e como animais sedentos
somos tragados devorados
pelo nosso corpo oco
bestas ferozes
dissumulando vida

quantas lágrimas poderão ferir a terra
quantos irmãos ainda serão cravados em túmulos
e lapides

quem sabe qual estrela já morreu?

são estrelas que nos cercam
são apenas brilhos
inseguros
solitários
que desejam se encontrar

apenas luzes coloridas
dissociando-se da realidade
são apenas pequeninas estrelas
saltitando
cantando em código morse
o seu destino

para um puro abismo

um homem louco
abandonado por si mesmo
um homem fraco
nas cordas do suícidio

deus o perdoou
há tanto tempo
e ele equilibrando
procurando um indício
um vestígio

sobrou-se restos deste homem
louco
mergulhado em rudes pensamentos
e solitárias canções de amor
um homem tão doido
ainda anda nas cordas do desequilíbrio
seja sobrio
seja real louco homem
envergado em sua culpa e tristeza

ainda ama, ainda pensa
um pouco antes
de ser totalmente louco

não diz adeus a quem se ama

carregue-me para longe
para longe, longitudinal
em qualquer esquina ou quintal


vamos morrer nas cinzas
do paraíso
onde o amor nasceu
virtuoso
e lá ficou esquecido

venha e acompanhe-me
até o fim do mundo
nestes trilhos dissolvidos
pela dor, fria cor de rimas


ainda acharemos o caminho
para casa
ainda encontraremos o nosso
lar irretocável
imutável

ainda carrego o seu cheiro
guardado no frasco invisível da memória
ainda deixo a luz acesa
para quando voltar
ainda rio sozinho
fingindo estar contigo
enquanto eu puder olhar
para o cúe que pintamos
será sempre 1º de novembro

será sempre você e eu