Tuesday, June 28, 2011

querida hoje a lua nasceu ao contrário
do mundo
hoje a flor desabrochou e morreu antes do fruto
hoje eu fui olhar o paraíso e nada achei
hoje eu sou um ponto no meio do nada
hoje eu escrevo para esquecer o que sou
sou o meu próprio criminoso
um condenado ao mundo
de vidro
entre guerras e paz
eu escuto o choro do mundo
eu discuto com o discurso
vazio da existência


sou um forasteiro das ruas
um humilde estranho, perdido em entranhas
mecânicas

aqui vou eu eu neste conceito diabético de viver

estranhos vazios

Há alguém ai
neste silêncio
um breu de nomes interrompidos
o pânico humano

nenhum retorno
nenhum estranho
devo esperar respostas?

devo contratar palavras que façam raspar
a surdez humana
neste s poucos instantes
sofro de surdez urbana

respostas se confundem com ecos
e cada pergunta retorna mais dolorosa


estou só em pensamentos
estou só em sentimentos
vivo só em meus estranhos vazios.