Sunday, March 25, 2007

mesmo lugar

dance comigo
dance com estranhos
eu não posso te negar
eu não posso impedir
eu não quero me importar

afaste-se de mim
afaste-se de estranhos
afaste-se de tudo
eu quero impedir
ser tão fiel a mim
e você

invisíveis como coisas
que se movem nas sombras
eu quero resgatar uma pessoa
de tempos atrás

quero retornar
ao segundo, quero retornar ao mundo
onde você não pertencia

mas volto a te encontrar
no mesmo lugar
no mesmo instante, eu sempre revivo
eu sempre sou
eu mesmo nas horas vagas
qeu eu sinto ser feliz

cromossomos

todos os espelhos refletem
imagens iguais
de um sonho do eu
todos dizem palavras bonitas a mim

os espelhos se quebrasm
com lárgimas minhas
e
cada pedaço perde o sabor
uma agonia de um segundo rever

com estes olhos já gastos
eu encontro muitas faces
perdidas

eu recordo das dores e das lutas
em vão

elas perfuram a escuridão de muitas
questões
e com intensão avisam
o fim que em vida rejeitei

um dos pedaços
é uma adaga em pendente revés
uma arma para a libertação
de mil orações infiéis

na ponte ou na corda
eu espelho o que nasci a executar
a faca obediente
o fim de ventres crescidos
a partilha conveniente
de mil sombras por trás das noites pagãs

hoje o tempo é apenas uma sagrada
recordação
hoje eu digo que meu cromossomo
se enforca nas vontades injsutas
de viver
onde o pecado é insígnia estranha
da minha moral consciência

Friday, March 23, 2007

vozes

olho para o céu
em revezes de um amor
olho ao tempo que gastei
por lembrar de tudo que deixei

quantas tolices acumulei
homem de lata
que percorreu os labirintos de oz

sempre eu
neste acúmulo de vozes
gritam ao infinito
berram em uníssono
para encontrar as verdades
ocultas nas mentiras

e seguir além deste instante
no intenso fluxo do eu
as vozes não voltaram atá amanhã - diz o amável pensamento

Wednesday, March 21, 2007

pátria maldita

havia tantos
em tanta ignorância,
dos males,
da falta do saber.
ignoramos e excluímos
as cores

eles, roubados da terra mãe,
sofrem pela ganância.
todos colocados nesta máquina de dor
e
não podemos parar para recomeçar. Não! Não podemos...

nas margens dos rios
enxotados por roubo
culpados por nascer.
mas eles, como nós,
somos carne,
somos gente e fomos
um dia tão humanos. sim! Fomos...

filhos de mãe
e da terra
estão agora órfãos de nação
são apenas cores
pintadas em muros
sem glória e dignidade
filhos excluídos
de um pátria maldita

Friday, March 16, 2007

miragens

imagino o tempo se calar
entre estrelas
tais vestígios assobiam pelos muros
de lamentações

tolos homens que se cegam
em
ídolos para adorar
e nomes a proclamar

entre esquinas
vejo somente
corações vazios
que se agridem sem razão
todos armados com preces e ilusões
perfura-se a humanidade
nesta dor
e disfarça-se
neste covil de monstros

arde em lágrimas vis,
a verdade que lampeja
(pausa)
o que sou.. - ouço um sussurro tilintar
- Mas o que sou?
neste lugar onde temo
o que se esconde entre
miragens e mentiras

o que se esconde neste refúgios
de humanidade

três coisas para dizer

deixa eu assoprar
por detrás de sua orelha
deixa eu olhar a luz
que somente você
irradia
derixa eu te dizer
duas coisas
mas irei acabar dizendo três
- Eu te amo
- Eu te amo
- Eu te amo

Friday, March 09, 2007

bolinhos com chá

resta saber o que pensas?
se pensas que pensa em algo
se queres algo
então coma bolinhos com chá
se queres algo que vá comprar

não. não me peças isso
que jamais poderei
lhe dar

dinheiro. quanto quer?
posso lhe dar isso sim
mas nada daquilo que você me pediu
em linhas atrás
pois aquilo custa mais que mil bolinhos com chá

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por detrás da cortina

quero abrir as janelas
que o muro impede de ver
será que os monstros de ferro
existem do lado de lá
mas em minha cortina só existe um muro que cobre
a minha vista

em minha casa de uma janela
eu vejo sempre e neste
sempre em consequência
vejo uma cortina
de tijolos que se estende por limites que desconheço

eu digo bom dia
e eles respondem com seu sorriso
funesto
ouso saber o que há atrás
destes muros cinzentos
que riem de minha
inútil ignorância

por horas fico a olhar
até fatigar minha imaginação
ouço ao fundo sons metálicos
ouço um mundo novo
cheio de vida
e desejos

mas entãoa cordo e vejo
ele estampado
noite e dia, dia e noite
meu amigo de lamentos
meu inimigo de tortura

um dia hei de saber o
que escondes de mim
muro de tijolos
que em minha loucura sorri
me fazendo sonhar
mesmo quando não durmo

vozes cruzadas

olho por detrás de meus dias
passados
recuo cem passos ao instante exitante
recuso doações ao meu coração
exultante

devo lembrar. Sim , devo correr
nas entranhas de mim
para ouvir: - não quero morrer !
- não quero deixar de viver
sem saber os sonhos vividos,
sem deixar de colher as lágrimas partidas

E agora querem minha rendição
um sacrifício
mas nem mesmo por uma civilização
minha alma lampeja ceder
será a plena covardia
ou o uivo do temor do mero e relevante não saber

apenas sei
que me faz recuar, negociar
um dia a mais
um segundo de transpiração
breves passagens da respiração

ofegar..ofegar
eu não quero partir
sem despedir
sem sentir o sabor
que exulta de momentos reais
mas o real deixa de ser
o real torna-se apenas lembrança
e alembrança morrerá nos segundo após minha morte

eu não quero deixar de ser
nem mesmo no apagar das luzes
nem mesmo no fim de um tempo
nem mesmo no réquiem de minha
rendição