Friday, September 29, 2006

seres transparentes(almas de plásticos)

o diapasão nos distancia
em espasmos de alegrias
eu e você e todos nós
miolos desta carne tão podre

iluminar neste récuo de ser
cada face marcada
reza por uma vida sempre igual
um olhar sem sentido
vago na vastidão deste mundo

os sonhos ficaram repletos
de clichês e poucas ousadias
corpos se cruzam na luxúria
de encontrar mais mentiras

viver sem alma
sempre que acordamos
vendemos algo mais
do que simples momentos
eu e você e todos nós
perdemos um pouco mais

o intenso é uma piada
na lágrima que se fez
perecer
o estranho toque de perceber
que existe um alguém

querer ser é incontrolável
tão quanto pensar
não importa todos
os rumos sempre
teremos de suportar
este descaso tão comodo

Monday, September 04, 2006

campos verdes

venho a te esperar
mas nem sei onde posso estar
venha me dizer
onde você se escondeu
onde você se perdeu
no meio de minha
decadência,
essência
vivência de tudo que eu construi

venho a te reencontrar
no ápice de uma interrupação
esperar o nascer do sol
e relembrar
o seu nome
o seu jeito
se eu ao menos soubesse
dos lugares que eu passei

venho a sempre recordar
o dia que te conheci
sob a lua
sob os sonhos
sob ópio dos tolos

venha me beijar na fronte
venha me marcar
e perguntarei
que pude esquecer
então irá me perdoar

E nestes corredores
de solicão
venha me resguardar
na loucura
que dita meu fim
venha me amar
no fim deste lugar
onde todos gritam em silêncio
o nome que deus esqueceu