Monday, February 12, 2007

inevitável

tem horas que
o mundo é consistente
como os lábios
da menina da esquina

quero dizer que a quero
mas minha religião não permite
mas meu corpo
condizente
queima com fervor
ele quer e eu não posso negar

vou arriscar passar
pelas ruas vazias
de gente
para achar um lugar para queimar
minhas narinas deste ódio humano

quero regar meu jardim
com palavras que matam
para mostrar que ainda sou macho
mas minha conduta nunca deixa
eu sair da linha
mas de tudo que carrego
um crucífixo
sem uma cruz

não vou abrir a porta
desten quarto
não vou entregar ao vício
de ser eu
pela minha amada religião
eu sou fiel
não quero ir pro inferno

mas quem ouvira
se ela gritar
se for estupro ou assassinato
o que me importa é se me arrependo

mas eu sou mal tanto
quanto as hóstias que cuspi
no cafundós daquela paróquia
quem me salvará?
quem flertará com os meu olhos
se eu disser que eu sou um assassino
de mim mesmo?

será o fim do mundo
ou o início do meu gênese?

0 Comments:

Post a Comment

<< Home