Wednesday, May 30, 2007

sob o véu da noite

aqui ou em qualquer lugar
na terra
dos homens
no âmago do tempo

vive os miseráveis
os andarilhos sem nomes
sme causas

coletores e vagabundos
anjos e pecadores
nas ruas
nas lajes
ofuscando-se das luzes

estes espelhos
refletem apenas migalhas
talvez irmãos esquecidos
que guardam
sonhos em caixas de papelão

o que nos separa
a fome,
os desejos,
os cifrões

é
a clausura,
prisões de vento
mas soltos pela loucura
somos enredo de uma história
chamada mundo

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