para o fim do mundo
a minha bandeira está manchada
pelo sangue de muitos
a minha canção está vazia
de hinos
eu sou uma alma sem corpo
eu sou um corpo sem coração
Tudo está partido
pelo deserto estendido, o amor
foi enforcado
pelas sombras
eu sou uma culpa
uma inocência perdida
quantos ao meu redor
eu reconheço nesta noite de bestas
quantos homens eu vejo rastejar com fome
eu sou uma sombra devorando outras
aqui é o fim de tudo
aqui os sonhos se apagaram
e o clamor de bombas
dão o ritmo
o cheiro sufocante do enxofre
mistura-se as lágrimas
e os hinos anunciam um novo dia
mas não há sol para sorrir
não há brisa para lamentar
apenas a solidão
e a pólvora
somos todos um povo assassinado e assassino
somos todos feito desta carne
somos agora um mundo sem alma
é como meus olhos de pedra
enxergam este mundo
de condenados
eu tenho mais uma lágrima
e uma última lembrança para
contemplar
e deixar aqui um verso sem fim
da dor e tristeza.