Monday, July 31, 2006

uma terra no fim do mundo

pois foi aqui que te deixei
onde nem sombras e sobras
serão compania

afoguei o que chamei de eterno
e que foi pouco e vago
neste mar de relento e solidão

um pouco antes do fim do mundo
onde portas batem continuamente
e a cada face em desespero
vejo como é perto deste mundo breu
deste lugar em que ainda vivemos

será aqui que abandonarei
cada gota deste passado
e contigo irás também se enterrar
num túmulo de preces

vêm para mim tempo infértil
deste lugar tão fétido
ouve prantos de agonia
e durma com as pessoas sem rosto
cobrindo-se de máscaras
mil máscaras para mil verdades
e cegos todos estamos
nesta jornada ao fim do mundo

vou deixá-la neste imerso de razão
solidifico minha cerne
minha maldita pele
pele minha, pele humana
mas somente a pele encobre a fatal
verdade
que reinamos em mentira

entrego e deixo neste enterro
de mim mesmo
a esperança
e cego no brilho de ébano da futil ignorância
digo adeus
para ser bem vindo na terra do fim do mundo

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