Thursday, July 27, 2006

adeus...adeus..adeus doces concubinas

horas atrás percorri
sem nada achar
em busca de um pequeno
remédio
eu vaguei só, completamente
e levianamente só

no entanto apenas
encontrei uma lasca
da alma
na beira de um violento tédio
busquei a morte num ápice
futil da juventude
num período de insana instabilidade

sentia a suave
navalha dilacerar
a carne
as rubras
gotas de minha errante tolice
riam e riam

nem pude despedir
nem te beijar
nem te tocar
nem mesmo dizer
nada sobre
este irrelevante amor
nada pude aprender mais do que um copo
raso de ignorância
e agora digo adeus com amargos arrependimentos

horas atrás tentei
achar na loucura
de uma dama de branco
a loucura de um ser
que nunca existiu
mas logo percebi o vazio
de ser apenas o que sou
de ser apenas um bréu de realidade
aos olhos de muitos

perdi num golpe fatal
dois pássaros
dois cursos
por querer demais
por almejar mais
no fim da linha
sobram rastros
de sangue
sobram arrependimentos
e lacunas do êtase

deste doce amor
desta doce vida
que se apagou nos olhos
de um louco
deste instante preso num
caleidóscopio mirabolante
eu perco na repetição de uma mesma
nota: Ré

0 Comments:

Post a Comment

<< Home