Monday, May 29, 2006

preces do fim do mundo

a luz se apagou
no quarto perdido
lá e em qualquer lugar
um aconchego de um lar
arestas apagadas
e as flores deasbrochadas
la fora

não restam mais sorrisos
nem brincadeiras
nos laços deixados
atrás
daqueles muros

a terra tremeu
e as lágrimas
serão azedas
não haverá promessas
nem conquistas
não terão desejos
nem palavras perdidas

nem jamais,
nem onde
quando somente puder lembrar
que o mundo não sabe cantar

assim os jazigos de árvores
tortas
assim canções
em lástimas
e marcas enraizadas na alma

os gritos de um enforcado
um silêncio
que previne o fim
deste pesadelo
ensaios de um vida
de uma alegoria

horas atrás
ainda são horas a frente
um compasso
de um passo
rumo ao infinito de sempre
reviver as horas do holocausto

ainda estou aqui
de pé como sombras
de um despertar
de ilusões

- deixe-me dormir um pouco mais!

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