Saturday, July 29, 2006

lágrimas de gesso

sempre olho para você
sempre penso saber seu nome
mas eu não sei, eu não faço idéia
de como te chamar
passa sempre pela rua
e eu vejo você atravessar
o outro lado

observo cada passo
com olhar parado, vidrado
detrás deste vidro
você e você é o que eu desejo
ter

e lá se vão dos dias
a passar e a correr
enquanto eu fico a espreitar
você passar pela minha vida
e eu preso
como estátua, enjaulado nesta vida
de manequim
um tormento sem fim

vejo você, sempre você
no mesmo ritmo e rotina
enquanto eu insistindo
em minha vida de, minha vida eternamente estática

com um de repente
de um dia repentino
uma freada e um barulho em seguida
um corpo cai
é você, sim é
a moça sem nome, que agora apenas ficará
nos meus sonhos
e eu vejo o tempo parar novamente
e volto a ser apenas a estátua da virine
volto a ter apenas aquele olhar
sem vida chorando um lágrima de gesso

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