Wednesday, April 12, 2006

cada copo de tragrédia

a distância a se cumprir
em cada gota de verdade
mergulhada
no abismo do ventre
daquela branquinha ou loira de botequim

faz juz ao vício
deste copo vazio
de um transparente
desejo,
regojizo
ao júbilo humano
uma alegria comprada barata

terrível tormento
a espera de um amanhecer,
de um reflexo
vazio por detrás do balcão
do alívio digno
da indignidade de viver

ele está como
todas as noites
de todos
os meses
de todos os mesmos
lugares
sempre no mesmo
passo rumo
ao nada

e assim são
estes olhos profundos
quase singelos
tocados do mar da angústia
seguem a trilha de mais
um copo vazio
de mais uma esperança faminta
de um corpo caído nas praias deste balcão

cirandas
circulando os mesmos contornos
todos os sorrisos,
meandros dessa ironia
preso ao ritmo
de um gole
uma morte
uma sorte ao relento
de um copo após ao outro

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