tempo árido
árido, a seca que
cobre a boca,
o pó encobre os olhos,
único véu entre o desespero
adiante corpos recuam
em dança
são quase ossos
num punhado de esperança
partindo numa jornada de redenção
o chão quebradiço
arde na alma calejada,
pois os pés descalços
já são vidas sem rostos
como os meus
como todos
vejo ali cruzes
e abutres e sinos,
entoam cantigas de menino
vejo ali escadas
de madeira gentil
feitas por mãos rudes e cruas
ali perfilaram um dia gentilezas
em abundância.
mas adoeceram do mesmo mal
da terra
cobre a boca,
o pó encobre os olhos,
único véu entre o desespero
adiante corpos recuam
em dança
são quase ossos
num punhado de esperança
partindo numa jornada de redenção
o chão quebradiço
arde na alma calejada,
pois os pés descalços
já são vidas sem rostos
como os meus
como todos
vejo ali cruzes
e abutres e sinos,
entoam cantigas de menino
vejo ali escadas
de madeira gentil
feitas por mãos rudes e cruas
ali perfilaram um dia gentilezas
em abundância.
mas adoeceram do mesmo mal
da terra
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