Thursday, April 26, 2007

asfalto queimado

é escarlate, a mancha
que se estende no asfalto

os rastros mostram os denominadores -
a porcentagem chegam a mais de 80%, diz o tablóide

não chove
não venta
não ri
não comenta
não olha
pra que parar?

todos como cadáveres ou
sombras pálidas
em movimento - sim borrões
sim coisas mundanas

degeneração macular,
insípido ar,
translúcido sol.
o tempo recorre em socorro
mas também afoga-se

uma multidão enjaulada
na selva dos homens
alguns poucos se refugiam do holocausto
mas encotram isolamento, encontram as medidas
da própria morte social

eu e eles. Sim, aqueles também
latem por :
- parem!parem!
há sangue no tapete de concreto
ajudem! ajudem!

quem baterá na porta? se ousarmos ouvir
quem estenderá as mãos se corrermos um risco?
Ñão importa! apenas dirija!

casas blindadas, carros-fortes-
resumem as almas desamparadas
os autômatos regem o mundo
com atualizações diárias de um segunda vida
tudo no reflexo de imagens,
tudo mastigado
no visor. o mesmo carmim, mas mais brilhante, jocoso
dramático e numérico

é um dado, uma simples informação
um número desprovido de respeito
apenas para ser superficial

então chegou a hora de gritarmos
mas não restou nenhum anjo para ouvir

Me desculpe. - eles dizem. Eu tenho medo também!

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