Tuesday, March 21, 2006

críticas de insônia

o tempo quente
o café amargo
o som volumoso da repetição
a mistura
deste dia
em mais um dia igual

escravos
de um pretérito
antropológico
resgatando questões
riscadas
num bloco de notas

o céu torna-se impiedoso
faz os homens a rezar
a presevar laços de lucidez
neste chão batido
nestes grãos partidos
nada mais haverá de fazer

incrível ilusão
que perderemos
toda a colheita
que adoeceremos na insônia
por apenas tentar ser

mas a cidade fundada
de luzes sem graça
inunda com fumaças de espelhos
ela consola e cega
e assim nos apaga

durante toda a noite
os adormecidos e acorrentados
são isolados de
seus futéis desejos
para todo o sempre

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