estavam lá todos os anjos
insanos
e santos
dançando para a lua
asfaltada de mármore
sim,
estavam todos os coiotes uivando na imensidão da escuridão
os muros manchados de piche.
os cultos marchando sob caixas de prego
naquelas ruas de qualquer cidade acinzentada
prédios orgulhosos se empunhando e
cravando seus dentes afiados no impenetrável
céu de estrelas
ali, na roda do infinito
os últimos anjos fétidos
bebiam cachaça
gritando ao mundo farpas de insensatez
e jogados pela avenida se debruçavam e dormiam
insignificantes, estes, homenzinhos alados
que os holofotes terrestres eram apenas luzes ofuscadas
ali, naquele lugar todo o murmúrio foi enterrado
a setenta milhões de palmos de deus.
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