Friday, February 29, 2008

noite de inverno

quando sou eu e o tempo
um beijo se lança
ao desespero

eu vejo no cais a partida
para um infinito
imutável

rogo ao vento
que deixe levar
as memórias que se apagam
na suavidade de um gotejar
de chuva

ainda resisto
mas a inércia lentamente
me carrega para longe deste porto
vou em adeus
me esquecendo
te esquecendo
te refraseando
no tempo, no longo tempo

que agora me deixa
e se deita nesta noite de inverno

0 Comments:

Post a Comment

<< Home