Saturday, October 13, 2007

diáspora

o chão seco
pelado de alma
árido como os lábios mortos
da criança ainda bebê

o solo infértil
tão impenetrável como
a mãe casta

neste verão interminável
venho a secar cada
gota de vida
ver murchar a pele
e sumir cada vestígio humano

tantos sonhos e desejos
espalhados a morrer
pelo chão agreste
tantos choros ransosos
dispidindo no vazio,
no eco inifinito

deste sol
deste lugar chamado lar
vou embora
carregando a mala vazia
destas enfermidades
vou garimpando cada pedaço esquecido
de mim

0 Comments:

Post a Comment

<< Home